segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Portal do Governo Brasileiro

Acessar a Página Inicial do PAC
Estímulo ao Crédito e ao Financiamento

O aumento do crédito é vital para o desenvolvimento econômico e social. Nos últimos anos, o governo federal adotou uma série de medidas que resultaram na expansão do volume de crédito, sobretudo para pessoas físicas. Além disso, a queda da taxa básica de juros e o aumento da renda pessoal também estimularam o aumento do crédito habitacional. O objetivo para os próximos anos é continuar a expansão, sobretudo do crédito habitacional e do crédito de longo prazo, para investimentos em infra-estrutura.

Nesse sentido, este módulo do PAC é composto por um grupo de medidas destinadas a elevar o financiamento de longo prazo, em condições mais favoráveis que no passado, principalmente por parte da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Dentre as novas medidas está a criação do Fundo de Investimento em Infra-estrutura com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), que terá um relevante papel indutor de investimentos na infra-estrutura do Brasil, gerando novos postos de trabalho e, conseqüentemente, retroalimentando o próprio FGTS com novos depósitos, além de dinamizar a economia como um todo.

O novo fundo terá valor inicial de R$ 5 bilhões, com recursos do patrimônio líquido do FGTS. Além do aporte do FGTS, os trabalhadores também poderão comprar cotas do fundo até o limite de 10% do saldo de suas contas no FGTS.

A expectativa é de que os R$ 5 bilhões inicialmente investidos pelo (FI-FGTS), mais R$ 12 bilhões estimados para o futuro, impulsione outros R$ 56 bilhões em investimentos privados nas obras de infra-estrutura do País, atacando gargalos que prejudicam o crescimento sustentado da economia.

Conheça todas as medidas para estímulo ao crédito e ao financiamento:
a) Concessão pela União de crédito à Caixa Econômica Federal (CEF) para aplicação em saneamento e habitação
b) Ampliação do limite de crédito do setor público para investimentos em saneamento ambiental e habitação
c) Criação do Fundo de Investimento em Infra-Estrutura com recursos do FGTS
d) Elevação da Liquidez do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR)
e) Redução da TJLP - já implementada
f) Redução dos Spreads do BNDES para Infra-Estrutura, Logística e Desenvolvimento Urbano - já implementada

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Medidas Econômicas para o Crescimento do País

O Brasil iniciou em 2003 a implantação de um novo modelo de desenvolvimento econômico e social, que combina crescimento da economia com distribuição de renda e proporciona a diminuição da pobreza e a inclusão de milhões de brasileiros e brasileiras no mercado formal de trabalho.

Neste início de 2007, a economia nacional reúne indicadores macroeconômicos e sociais positivos que apontam - como poucas vezes em sua história - para a possibilidade de aceleração do crescimento econômico, mantendo a inflação em níveis baixos.

Nos últimos quatro anos, a política econômica do governo federal conseguiu estabilizar a economia, criar um ambiente favorável para investimentos, manter o princípio da responsabilidade fiscal, reduzir a dependência de financiamento externo, ampliar substancialmente a participação do Brasil no comércio internacional e obter superávits recordes na balança comercial.

Com as condições construídas ao longo desses quatro anos, agora é possível caminhar em direção a um crescimento mais acelerado e de forma sustentável, uma vez que a economia brasileira tem grande potencial de expansão. E tal desenvolvimento econômico deve beneficiar a todos os brasileiros e brasileiras e respeitar o meio ambiente.

Para o período entre 2007 e 2010, o desafio da política econômica do governo federal é aproveitar o momento histórico favorável do País e estimular o crescimento do PIB e do emprego, intensificando ainda mais a inclusão social e a melhora na distribuição de renda.

Para tanto, o governo federal criou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que tem como um dos pilares, a desoneração de tributos para incentivar mais investimentos no Brasil. Pelo PAC está prevista a redução de tributos para os setores de semicondutores, de equipamentos aplicados à TV digital, de microcomputadores, de insumos e serviços usados em obras de infra-estrutura, e de perfis de aço. O plano contempla também medidas fiscais de longo prazo, como é caso do controle das despesas com a folha de pagamento e a modernização do processo de licitação, fundamentais para garantir o equilíbrio dos gastos públicos.

As medidas de desoneração tributária vão representar, a princípio, uma renúncia fiscal de R$ 6,6 bilhões em 2007. Porém, com o estímulo ao investimento, provocado pela redução de impostos e contribuições, a arrecadação futura não será comprometida em conseqüência do crescimento econômico, permitindo novas desonerações ou aplicação de mais recursos em infra-estrutura, sem prejuízo da sustentabilidade fiscal do País.

As medidas econômicas para o crescimento econômico do País abrangem: Estímulo ao Crédito e ao Financiamento, Melhoria do Ambiente de Investimento, Desoneração e Administração Tributária, Medidas Fiscais de Longo Prazo e Consistência Fiscal

POLEMICA SOBRE MUDANÇA NO ESTATUTO DOS DIREITOS HUMANOS EM TEMPO REAL.

 

A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR) esclarece alguns pontos do Programa Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3):
1.O PNDH-3 é mais um passo na construção histórica que visa concretizar a promoção dos Direitos Humanos no Brasil. Ele foi precedido pelo PNDH-I, que enfatizou os direitos civis e políticos, em 1996, e pelo PNDH-II, que incorporou os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais, em 2002. O Brasil ratificou a grande maioria dos tratados internacionais sobre Direitos Humanos e as ações propostas pelo PNDH-3 refletem este compromisso.
2.A transversalidade é uma premissa fundamental para a realização dos Direitos Humanos, concretizando os três princípios consagrados internacionalmente na Convenção de Viena para os Direitos Humanos (1993): universalidade, indivisibilidade e interdependência. Será impossível garantir a afirmação destes direitos se eles não forem incorporados às políticas públicas que visam promover a saúde, a educação, o desenvolvimento social, a agricultura, o meio ambiente, a segurança pública, e demais temas de responsabilidade do Estado brasileiro. Para atender a este objetivo, o PNDH-3 é assinado por 31 ministérios.  
3.A política de Direitos Humanos deve ser uma política de Estado, que respeite o pacto federativo e as competências dos diferentes Poderes da República. Por sua vez, a interação entre todas estas esferas garante a plena garantia dos Direitos Humanos no país.
4.A ampliação da gama de direitos contemplados segue o que vem sendo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), tratados e convenções internacionais, bem como na Constituição federal para garantir os princípios fundamentais de dignidade da pessoa humana. Segue ainda as crescentes demandas da sociedade civil organizada.
5.A participação social na elaboração do programa se deu por meio de conferências, realizadas em todos os estados do país durante o ano de 2008, envolvendo diretamente mais de 14 mil pessoas, além de consulta pública. A versão preliminar do Programa ficou disponível no site da SEDH durante o ano de 2009, aberto a críticas e sugestões.
6.O texto incorporou também propostas aprovadas em cerca de 50 conferências nacionais realizadas desde 2003 sobre tema como igualdade racial, direitos da mulher, segurança alimentar, cidades, meio ambiente, saúde, educação, juventude, cultura etc.
7.O PNDH-3 está estruturado em seis eixos orientadores, subdivididos em 25 diretrizes, 82 objetivos estratégicos e 521 ações programáticas, que incorporam ou refletem os 7 eixos, 36 diretrizes e 700 resoluções aprovadas na 11ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, realizada em Brasília entre 15 e 18 de dezembro de 2008.
8.O Programa tem como um de seus objetivos estratégicos o acesso à Justiça no campo e na cidade e a mediação pacífica de conflitos agrários e urbanos, como preconiza a Constituição Federal. Esta ação está prevista no Manual de Diretrizes Nacionais para o Cumprimento de Mandados Judiciais de Manutenção e Reintegração de Posse Coletiva, editado pela Ouvidoria Agrária Nacional em abril de 2008.
9.O PNDH-3 tem como diretriz a garantia da igualdade na diversidade, com respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado brasileiro, prevista na Constituição Federal. A ação que propõe a criação de mecanismos que impeçam a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União visa atender a esta diretriz.
10.O eixo Desenvolvimento e Direitos Humanos, na diretriz 5, prevê a valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento. Neste eixo, a afirmação dos princípios da dignidade humana e da equidade como fundamentos do processo de desenvolvimento nacional constitui um objetivo estratégico. A proposta de regulamentação da taxação do imposto sobre grandes fortunas é prevista na Constituição Federal (Art. 153, VII).
11.O acesso universal a um sistema de saúde de qualidade é um direito humano. Com o objetivo de ampliar este acesso, o PNDH-3 propõe a reformulação do marco regulatório dos planos de saúde, de modo a diminuir os custos para a pessoa idosa e fortalecer o pacto intergeracional, estimulando a adoção de medidas de capitalização para gastos futuros pelos planos de saúde.
12.O PNDH-3 contempla a garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos, como uma de suas diretrizes. Neste contexto, em consonância com os artigos 220 e 221 do texto constitucional, propõe a criação de um marco legal, estabelecendo o respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão e a elaboração de critérios de acompanhamento editorial a fim de criar um ranking nacional de veículos de comunicação comprometidos com os princípios dos Direitos Humanos.
13.Quanto aos direitos dos povos indígenas, o processo de revisão do Estatuto do Índio já está em curso desde o segundo semestre de 2008, tendo à frente a coordenação do Ministério da Justiça. Ao apoiar projetos de lei que visam revisar o Estatuto do Índio (1973) o PNDH-3 defende que é preciso adequar a legislação ainda em vigor com os princípios da Constituição, que foi promulgada 15 anos depois daquela lei, e da Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), consagrando novos princípios para o tema.
14.Ao apoiar projeto de lei que dispõe sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo e ao prever ações voltadas à garantia do direito de adoção por casais homoafetivos, o PNDH-3 tem como premissa o artigo 5º da Constituição (Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...). Considera ainda as resoluções da 1ª Conferência Nacional LGBT, realizada em junho de 2008, marco histórico no tema. O programa também está em consonância com tendência recente da própria jurisprudência, que vem reconhecendo o direito de adoção por casais homoparentais.
15.Em consonância com as políticas que vêm sendo desenvolvidas pelo Ministério da Justiça, o PNDH-3 avança no tema da segurança pública ao recomendar a alteração da política de execução penal e do papel das polícias militares, bem como dos requisitos para a decretação de prisões preventivas.
16.O PNDH-3 reconhece a importância da memória histórica como fundamental para a construção da identidade social e cultural de um povo. No eixo direito à memória e à verdade prevê a criação de um grupo de trabalho interministerial para elaborar um projeto de lei com o objetivo de instituir a Comissão Nacional da Verdade, nos termos da Lei 6.683/79 – Lei da Anistia.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

AGENDA DE LULA É EXTENSA...

Seriam necessários dois presidentes para dar conta da agenda
O presidente Lula precisaria se desdobrar para dar conta de atender aos pedidos de audiências recebidos pelo Palácio do Planalto. A avaliação é do chefe de gabinete adjunto da Agenda da Presidência da República, Cezar Alvarez, em entrevista exclusiva ao Blog do Planalto. Segundo Alvarez, o gabinete recebeu 2.233 pedidos de inclusão de atividades em 2009, mas 1.433 foram negados por impossibilidade de o presidente cumpri-los, seja por dificuldades de deslocamento ou pela realização de mais de um evento numa mesma data e em lugares diferentes. Outras 307 solicitações foram encaminhadas para Ministérios e demais instituições do governo federal.
Um balanço da agenda entregue ao presidente Lula no final do ano passado revela que houve 216 audiências com ministros e presidentes de órgãos federais, 180 atendimentos à imprensa e 169 reuniões de gestão. Lula cumpriu ainda 121 compromissos internacionais, com chefes de Estado ou de Governo de outros países ou representantes de organismos e empresas estrangeiras.

O presidente Lula teve ainda em sua agenda de 2009 82 eventos e solenidades em Brasília; 80 dias de viagens nacionais; 75 reuniões de articulação; 62 audiências com empresários; 58 audiências com governadores e prefeitos de capitais; 52 gravações do programa Café com o Presidente; 42 dias em viagens internacionais e 24 audiências com movimentos sociais.

A equipe de Alvarez já prepara as atividades do presidente Lula para o ano de 2010. Na próxima semana estão sendo definidas duas viagens: Piauí e Maranhão.

Esta semana, o Blog do Planalto publica série de reportagens especais que mostra os bastidores da Presidência da República. A primeira matéria que originou a série foi publicada ontem (6/1) sobre as correspondências e e-mails recebidos pelo Palácio do Planalto.

Um ajuste de US$ 758 milhões nas exportações brasileiras

O resultado final das exportações brasileiras em dezembro do ano passado sofreu um acréscimo de US$ 758 milhões em função da venda de energia elétrica que passou a ser contabilizada como mercadoria. Antes, a eletricidade era tratada como serviços e, deste modo, não aparecia nas contas e comércio exterior brasileiro. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (8/1), pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O secretário Welber Barral, durante entrevista concedida no início da semana, alertou para a possibilidade do ajuste em função de 11 operações de venda de energia detectada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Deste modo, as exportações no mês passado passaram de US$ 13,720 bilhões para US$ 14,463 bilhões. Ao mesmo tempo, segundo a Secex, foram excluídos outros US$ 15 milhões, referentes a ajustes nos demais produtos, de acordo com dados mais recentes do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). O resultado final apontou para as exportações totais US$ 152,995 bilhões em 2009.

Na outra ponta, houve também ajuste no valor total das importações de 2009: passaram de US$ 127,637 bilhões para US$ 127,647 bilhões. Isso elevou o superávit comercial (diferença entre as exportações e importações) do ano passado de US$ 24,615 bilhões para US$ 25,348 bilhões.

Nessa sexta-feira (8/1), o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, divulgou informações sobre as exportações de produtos agropecuários: US$ 64,7 bilhões. Isso representou uma redução de 9,8% em relação ao resultado de 2008. “O Brasil procura se preparar em termos de competitividade e eficiência e o governo tem procurado ajudar na resolução das questões sanitárias e no fechamento de acordos com esses países”, disse Stephanes em matéria ao site do Ministério. Ele citou o trabalho que vem realizando para que, este ano, todo o País seja declarado livre da febre aftosa com vacinação, medida que poderá abrir novos mercados para a carne bovina.

CONFIRA NO BLOG DO PLANALTO: PRESIDENTE LULA É DESTAQUE NO FINANCIAL TIME, LE MONDE, E ANTES DESSE RECONHECIMENTO MUNDIAL, LOGO A SEGUIR ENTREVISTA A FOLHA DE SÃO PAULO AO JORNALISTA KENNEDY DE ALENCAR

Financial Times inclui presidente Lula entre os 50 nomes que moldaram a década

Por ser o líder mais popular da história brasileira, o presidente Lula foi escolhido pelo jornal britânico Financial Times como uma das 50 personalidades que ajudaram a moldar a última década. Segundo a publicação, “sob seu comando, o Brasil finalmente começou a confirmar seu enorme potencial e muitos, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), estimam que seja a quinta maior economia do mundo antes de 2020, trazendo mudança duradoura para a ordem mundial”.

Outras publicações internacionais também prestaram homenagem ao presidente brasileiro este ano. O jornal espanhol El Pais o elegeu Personalidade do Ano (ver aqui) e o jornal francês Le Monde o escolheu como Homem do Ano (aqui).

A lista inclui políticos, empresários, esportistas e artistas, entre os quais o presidente americano Barack Obama e o seu antecessor, George W. Bush; o primeiro-ministro russo Vladimir Putin; o presidente chinês Hu Jintao; o líder da Al Qaeda Osama Bin Laden; o criador do Facebook Mark Zuckerberg, o artista Damien Hirst, o biólogo Richard Dawkins e o fundador da Apple Steve Jobs.

“Não me estranha que este homem impressione o mundo”

O jornal espanhol EL País elegeu o presidente Lula Personagem do Ano 2009. Um caderno especial sairá publicado na edição deste domingo (13/12), em que destaca também outras personalidades, mas na edição de ontem (10/12), o jornal espanhol adiantou o artigo escrito pelo presidente do governo espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, sobre o presidente brasileiro. Sob o título “O Homem que Assombra o Mundo”, Zapatero diz que “sente profunda admiração” pelo presidente Lula desde que o conheceu, em setembro de 2004, quando a Espanha passou a integrar a Aliança Contra a Fome, liderada pelo presidente brasileiro, em uma cúpula organizada pelas Nações Unidas em Nova York.

Zapatero define Lula como um “homem honesto, íntegro, voluntarioso e admirável”. O presidente do governo espanhol prevê que o Brasil está próximo de ocupar um lugar no Conselho de Segurança da ONU e que se encontra perto de se transformar em uma potência energética. Ele destacou também a Copa do Mundo 2014, bem como o momento em que Lula, em Copenhague, ao conhecer o resultado da escolha do Rio para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, o consolou:

Lula chorava de felicidade, como uma criança grande, porque o Rio de Janeiro acabava de ser escolhida cidade organizadora dos Jogos Olímpicos de 2016. A euforia que o inundava não o impediu de ter o valor necessário para vir me consolar porque Madri não tinha sido escolhida.

Zapatero conclui o artigo: “Não me estranha que este homem impressione o mundo.”

“Homem do Ano” do jornal “Le Monde”

O jornal francês Le Monde elegeu o presidente Lula o “Homem do Ano 2009″. Tão logo a notícia ganhou o mundo, sua reprodução se deu nas páginas dos principais jornais, colunas sociais e espalhou-se pela internet – a rede mundial de computadores.

A seguir, trechos de uma das matérias publicadas na internet sobre o prêmio:

“Aos olhos de todos, [Lula] encarna o renascimento [...] de um gigante”, diz o jornal.

Na edição, o “Le Monde” diz ainda que Lula criou uma nação democrática e dinâmica, que combate a pobreza enquanto promove o crescimento econômico.

“Participante do grupo dos países emergentes, mas também do mundo em desenvolvimento com o qual se sente solidário”, Lula “colocou firmemente seu país em uma dinâmica de desenvolvimento”.

O prêmio, explica o jornal, é resultado também da bem sucedida campanha de Lula para transformar o Brasil em ator internacional. “Diplomacia, comércio, energia, clima, imigração, espaço, droga: tudo o interessa e lhe diz respeito”, diz o artigo, assinado por Jean Pierre Langellier, correspondente do jornal no Rio de Janeiro.

O jornal destaca ainda que Lula encerrará seu mandato em 2010 sem pleitear por um terceiro mandato –tendência nas vizinhas Venezuela, Colômbia e Bolívia. “Seguiu sendo um democrata, lutando contra a pobreza sem ignorar os motores de um crescimento mais respeitoso com os equilíbrios naturais”, diz a publicação.

Lembrando os tempos de líder sindicalista, o jornal brinca com o então discurso de Lula contra o FMI (Fundo Monetário Internacional). “Hoje já não é o FMI que ajuda o Brasil e sim o inverso”.

O prêmio crava o bom momento vivido por Lula no exterior. No começo do mês, o jornal espanhol “El País” também concedeu a Lula o prêmio de “personagem do ano” e a revista britânica “The Economist” dedicou um número especial ao Brasil que trazia na capa o Cristo Redentor como um foguete, rumo ao espaço.

O editorial do Le Monde:

Pela primeira vez na sua história, o Le Monde decidiu nomear a pessoa do ano. “Sua” personalidade do ano. O exercício pode parecer arriscado ou banal. Quem escolher? Com que critérios? Em nome de que valores? Como se diferenciar de grandes e prestigiados veículos estrangeiros, como a revista “Time”, que já está muito à frente nesse caminho, elegendo a sua “Person of the year”?

Assim, nossas conversas lançaram o foco sobre o que nos une sob a bandeira do “Monde”. Uma vez que, há sessenta e cinco anos, o título do nosso jornal é um convite a um olhar global, optamos por uma pessoa cujos trabalho e reputação adquiriram uma dimensão internacional.

Procuramos escapar de escolhas forçadas que poderiam nos apontar para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (mas ele foi mais propriamente o homem de 2008 que o de 2009), também descartamos as personalidades “negativas”, embora a sua ação tenha sido fundamental na nova configuração global: Vladimir Putin e a sua tentativa de reconstituir o império soviético, Mahmoud Ahmadinejad, de quem cada palavra e cada ação é um desafio para o Ocidente.

Desde a sua criação, o Le Monde, marcado pela mente analítica de seu fundador, Hubert Beuve-Méry, pretende ser um jornal de (re)construção, senão de esperança; à sua maneira, veicula uma parte do positivismo de Auguste Comte, adota a causa dos homens de boa vontade. Portanto, para esta primeira eleição, que aliás pretendemos renovar a cada ano, foi com a razão e o coração que escolhemos o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido sob o simples nome de Lula.

Sentimos que pela sua carreira singular de antigo sindicalista, pelo seu sucesso na condução de um país tão complexo como o Brasil, pela sua preocupação com o desenvolvimento econômico, a luta contra as desigualdades e a defesa do ambiente, Lula bem merece… o mundo.

Entrevista ao jornal Folha de S. Paulo

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Presidente Lula concede entrevista a Kennedy Alencar e Alan Marques (fotógrafo), do jornal Folha de S. Paulo, em seu gabinete no Centro Cultural Banco do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert/PR

A crise econômica, as eleições presidenciais de 2010 e a política nacional foram os temas centrais da entrevista que o presidente Lula concedeu ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta quinta-feira.

Leia aqui a íntegra da entrevista:

Para ouvir, clique aqui:

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Confira abaixo um resumo:

Crise econômica

(…)  Nós discutimos no Brasil, com vários especialistas e com especialistas também de outras partes do mundo, que o Brasil sentiria muito pouco a crise, por algumas razões: porque a economia estava sólida, porque nós tínhamos diversificado as nossas exportações e porque os bancos brasileiros eram bancos que tinham muito maior solidez e muito maior controle do Banco Central.

(…) Porque nós tomamos medidas imediatas. Imediatamente, nós liberamos R$ 100 bilhões do compulsório, para irrigar o sistema financeiro. Logo em seguida, nós fizemos com que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal agilizassem ainda mais a liberação de crédito. Fizemos o Banco do Brasil comprar carteiras de bancos menores que estavam prejudicados, fizemos o Banco do Brasil comprar a Nossa Caixa, em São Paulo, e comprar 50% do Banco Votorantim. E por que nós fizemos isso? Porque era preciso que os bancos públicos entrassem em outra fatia do mercado. Eles não tinham expertise. Então, nós precisávamos comprar para começar a financiar, por exemplo, carro utilizado [usado].

Uma das coisas que eu tenho dito a minha inconformidade nos debates com os empresários – você já deve ter assistido – é que houve nos meses de novembro e dezembro uma parada brusca de alguns setores da economia, na minha opinião, desnecessária. Alguns setores empresariais resolveram colocar um breque de forma muito, mas muito rápida, sobretudo se você começar pelo setor automobilístico, que seguia orientação das matrizes, que estavam em uma situação muito delicada. Tinham um estoque razoável, nós estávamos em uma situação privilegiada de produção e de venda de carro, de repente, a indústria automobilística parou.

Ora, quando a indústria automobilística para, para uma cadeia produtiva que representa 24% do PIB industrial brasileiro e outros setores que tinham, inclusive, já empréstimos assegurados com o BNDES pararam, porque ninguém sabia o que ia acontecer. Ora, quando isso aconteceu, o que nós fizemos? Nós resolvemos tomar as decisões que tínhamos que tomar aqui. Fizemos as desonerações que tínhamos que fazer, fizemos a liberação do financiamento, o Meirelles colocou dinheiro da nossa reserva para facilitar os nossos exportadores e depois nós descobrimos uma outra coisa grave, que eram os derivativos feitos por algumas empresas que não pareciam que faziam derivativos. E aí foi um outro problema que nós tivemos que conversar com empresa por empresa, cuidar de discutir como financiar, como evitar que algumas empresas quebrassem e colocamos o BNDES em ação.

Eleições 2010

Olha, não estava em discussão quem era PT mais puro-sangue ou menos puro-sangue. Não era uma questão de sanguinidade que estava sendo discutida, era uma questão de viabilidade política. Porque a Dilma é, na minha opinião, a mais competente gerente que o Estado brasileiro já teve. A capacidade de trabalho da Dilma, a competência dela e o passado político dela e o presente, me fazem garantir que a Dilma é uma excepcional candidata a presidente da República. A Dilma, além de ser uma extraordinária gestora, a Dilma é um extraordinário quadro político. Ela é um quadro político excepcional, tem firmeza ideológica, tem compromisso, tem lealdade, sabe o lado em que está. Por isso ela foi escolhida. Muito preparada para presidir o Brasil, muito preparada. E hoje conhece o Brasil como ninguém.

Deixe-me falar uma coisa. Porque uma mulher que tem a personalidade que a Dilma tem, e eu conheço bem a personalidade dela, vai exigir que eu tenha o bom senso que eu tive quando elegi o Meneguelli presidente do Sindicato de São Bernardo e quando elegi o Zé Dirceu presidente do PT: rei morto, rei posto. A Dilma, no governo, ela tem que criar a cara dela, o estilo dela e o jeito dela governar. Rei morto, rei posto, meu filho.

(…) Mas eu vou dizer para você uma coisa: a Dilma vai surpreender este país. Quem pensa que a Dilma é uma mulher grosseira, uma mulher dura, depende… Se você, na sua casa, for com uma gracinha que desgoste a sua mulher, ela vai te dar um tranco; mas se a conversa for séria, ela não vai dar. E a Dilma tem toda a clareza disso.

Amadurecimento

A pessoa aprimora. Eu vou te contar um detalhe: naquela campanha, por exemplo, eu passava o tempo inteiro falando, a minha vida inteira, vou fazer reforma agrária radical, ampla e radical sob o controle dos trabalhadores. Nós fizemos uma pesquisa e 85% do povo achava que a reforma agrária tinha que ser pacífica. Eu levei mais de 15 dias para que a minha boca pudesse proferir a palavra reforma agrária tranquila e pacífica. Essas mudanças têm que ter.

Crise no Senado

O PT teve um candidato ao Senado, que foi derrotado. Eu não entendia por que os mesmos que elegeram o Sarney, um mês depois queriam derrotá-lo. Coincidentemente, o vice não era uma pessoa que a gente possa dizer que dá mais garantia ao Estado brasileiro do que o Sarney. A manutenção do Sarney era uma questão de segurança institucional. Você viu que o Senado está calmo, está funcionando. Porque muitas vezes, Kennedy, é preciso que a gente trabalhe com juízo. O que eu acho importante em um presidente da República é que ele… Qualquer cidadão, você, o Franklin Martins, um empresário, qualquer um pode perder a cabeça. Um presidente da República não pode perder a cabeça.

Eu acho que se o Sarney caísse… porque teve muita coisa estranha, que eu não vou entrar em detalhes, porque isso acabou. Mas é engraçado, é que o DEM governou a Casa durante 14 anos, na Primeira Secretaria, isso não aparecia. Obviamente que a queda do Sarney era o único espaço de poder que a nossa oposição tinha. E aí iriam querer fazer, em vez de governabilidade, um inferno neste país. Então, eu acho que foi correta a decisão de manter o Sarney no Senado.

É que eu acho que ninguém… é verdade que ninguém está acima da lei. Mas também é importante que a gente não permita a execração das pessoas por conveniências eminentemente políticas. O Sarney foi presidente deste país, e eu acho que os ex-presidentes precisariam ser tratados como ex-presidentes, respeitados, porque essas pessoas foram instituições brasileiras. E eu achava que você não poderia banalizar a figura de um ex-presidente, porque a negação da política, Kennedy, o resultado, o que vem depois da negação da política que é pior do que o que a gente tinha. O mundo está cheio de exemplos para a gente poder.

(…)  Mas eu estou querendo dizer que a relação com a política é que tem que ser uma coisa mais séria. Não adianta a gente ficar falando mal do Congresso Nacional. O Congresso Nacional é a cara do povo que foi votar no dia 3 de outubro. O que é importante é que a democracia garante que a cada quatro anos você troque.

Política internacional

Muito pelo contrário, eu não estou preocupado, sabe, nem com os judeus, nem com os árabes nesse negócio. Eu estou preocupado é com a relação do Estado Brasileiro com o Estado Iraniano. Nós temos uma relação comercial, queremos ter relação política e eu disse ao Presidente Obama, disse ao Presidente Sarkozy, disse à Primeira Ministra Angela Merkel, que a gente não vai trazer o Irã para boas causas, se a gente vai ficar encurralando ele na parede. É preciso criar espaço para conversar.

(…) Não, eu não quero me opor a Washington. Pelo contrário, pelo contrário. Quando eu propus a criação do Conselho de Defesa e quando eu propus a criação do Conselho de Combate ao Narcotráfico, Kennedy, é porque eu tinha duas coisas na cabeça: primeiro, nós precisamos nos transformar em uma zona de paz, efetivamente. Segundo, é preciso que a gente assuma a responsabilidade, enquanto América do Sul, de combater o narcotráfico, porque aí a gente vai permitir que os países consumidores cuidem dos seus consumidores.

Imprensa brasileira

(…) Estou convencido de que a imprensa nacional conhece melhor o País, até porque tem obrigação de conhecer. Mas às vezes eu vejo o comportamento de algum setor da imprensa muito ideologizado. Eu, Kennedy, você sabe que eu sou amante da democracia e sou amante da liberdade de imprensa. A maior alegria que eu tenho é que os leitores, os telespectadores e os ouvintes são os únicos censores, censuradores, que eu admito para os meios de comunicação. Eu acho que o papel da imprensa não é fiscalizar, o papel da imprensa é informar, informar.

Para ser fiscal, tem o Tribunal de Contas da União, tem a Corregedoria, tem um monte de coisas. A imprensa tem que ser o grande órgão informador da opinião pública. E essa informação, essa informação, pode ser de elogio ao governo, pode ser de denúncia ao governo, pode ser de neutralidade, pode ser de outros assuntos que não seja o governo. A única coisa que eu peço a Deus é que a imprensa informe da forma mais isenta possível. E, aí, as posições políticas sejam colocadas nos editoriais.